Unimed/Fama não apresenta soluções sobre falta de atendimentos a pacientes com TEA em Roraima
Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor e do Contribuinte, da Assembleia Legislativa, convocou empresa que foi representada por advogado de forma online.
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A Comissão de Defesa do Direito do Consumidor e Contribuinte da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) não obteve da Unimed/Fama, em reunião híbrida ocorrida nesta quarta-feira, 31, as respostas necessárias sobre a falta de atendimento a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Estado.
O grupo parlamentar convidou o diretor-presidente da Unimed/Fama, Emanoel Licarião, que foi representado pelo advogado da empresa, Yago Renan Licarião. A reunião foi conduzida pela presidente da comissão, deputada Tayla Peres (Republicanos), acompanhada dos deputados Cláudio Cirurgião (União) e Marcinho Belota (PRTB), além da diretora do Procon Assembleia, Mileide Sobral.
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Tayla Peres, antes de começar os questionamentos, apresentou demandas referentes a possíveis quebras de termos de ajustamento de conduta firmados entre a Unimed, Procon Boa Vista e Prefeitura de Boa Vista, a ausência de respostas a documentos encaminhados à empresa, a continuidade de fechamentos de contratos com novos beneficiários e a falta atendimentos aos convites feitos pela Assembleia Legislativa para esclarecimentos de demandas.
“Queríamos falar sobre as terapias das crianças que estão suspensas pela Unimed e saber a solução dos problemas. Vamos aguardar uma resposta por escrito deles, formalizar um oficio e entregar, presencialmente, ao Ministério Público para que a gente possa ter uma solução definitiva”, destacou Tayla Peres.
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Os questionamentos ao advogado partiram de todos os participantes da reunião. O deputado Marcinho Belota é tio de um autista e ressaltou que a quebra das terapias afeta todo o desenvolvimento das crianças e jovens em acompanhamento.
Ele citou ainda que nas manifestações promovidas por pais e familiares de autistas não há respostas nem recebimento de representantes pela empresa. “Responder um e-mail é o de menos”, afirmou, lendo um comunicado de uma clínica prestadora de serviço que avisa a suspensão temporária de atendimentos por falta de pagamento. “O senhor não entende a realidade destes pais”, lamentou.
Belota aproveitou para convidar o advogado a estar em Boa Vista para conversar com os pais e ouvir as necessidades das famílias e dos profissionais que atendem diretamente estes pacientes. “A Assembleia tem recebido muitos pedidos de socorro desses pais”, disse, questionando se a Unimed ressarcirá os pais pela falta de terapias. A pergunta não foi respondida.
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O deputado Cláudio Cirurgião afirmou que o serviço não é de qualidade em todos os setores da Unimed/Fama e que a empresa lesa os compromissos com os fornecedores e profissionais.
“Sem nenhuma agressão ao senhor, sem desrespeito, refuto com veemência as suas falas em defesa dessa empresa. Dizer que ela é omissa e não cumpre a responsabilidade, não é secundário. Vocês têm responsabilidade de tratamento integral, sim”, salientou.
Segundo a diretora do Procon Assembleia, em maio deste ano o Serviço de Defesa do Consumidor registrou 19 reclamações contra a Unimed. Ela disse que o órgão não consegue resposta para os ofícios encaminhados. “Os planos são pagos, são comprovados os pagamentos. Há novas adesões e vocês não informam que estão incapazes de prestar esse serviço, e surgem os prejuízos aos consumidores”, disse Mileide Sobral.
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“Todos os casos retornam sem resposta. Configura má prestação de serviço, se marca médico, não tem médico, vaga para dois, três meses, falha no atendimento de emergência. Prejudica o nosso trabalho e os consumidores. Precisamos que a Unimed responda”, pediu Mileide.
De acordo com o advogado da empresa, desde agosto de 2022, após a obrigação por parte de planos de saúde para cobertura de tratamentos de pacientes com TEA, a Unimed/Fama tem sofrido “impactos” financeiros e dificuldades de encontrar profissionais específicos na Região, garantiu que tem respondido às demandas direcionadas à empresa por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
“Em menos de um ano, a Unimed teve que triplicar a capacidade de atendimentos”, disse Licarião. Segundo o advogado, o impacto no orçamento da empresa passou de R$ 6000 mil para R$ 1,5 milhão por mês e, em setembro de 2022, foi inaugurado um centro integrado para atender a 60 pacientes com previsão de ampliação para 120 a partir de 10 de julho deste ano.
Sobre a quebra de contrato com clínicas, explicou que uma empresa deixou de atender os pacientes, mas para não prejudicá-los, eles foram remanejadas para outros locais para continuar o tratamento.
Yasmin Guedes